sexta-feira, 12 de abril de 2013

O GT 'Emoções, Religiosidades e Lazeres', coordenado pelas Doutoras Marieze RosaTorres (CRH/UFBA), Francisca Verônica Cavalcante (NUPEC/UFPI) e Lila Cristina Xavier Luz (NUPEC/UFPI) convida estudantes, pesquisadores e demais interessados a submeterem propostas de comunicações orais e pôsteres, a serem apresentados no XIII ABANNE / IV Reunião Equatorial de Antropologia e XIII Reunião de Antropólogos do Norte e Nordeste. O evento acontecerá entre os dias 04 a 07 de Agosto - Fortaleza, 2013 e as inscrições de propostas de comunicações orais e pôsteres para os Grupos de Trabalho podem ser feitas até o dia 21/04/2013   

Apresentação:://www.reaabanne2013.com.br/site/
15. Grupo de Trabalho: Emoções, Religiosidades e Lazeres.

O Núcleo de Estudos sobre Criança, Adolescente e Jovem –NUPEC/UFPI tem desenvolvido pesquisas acerca de temáticas como religiosidades, lazer, adoção, coletivos juvenis, trabalho, educação, afetos e sexualidades, dentre outras, contemplando recortes de geracional, de gênero, raça/etnia e classe social e o Grupo de Estudos Cultura, Sociabilidades e Sensibilidades Urbanas do CRH/FFCH da UFBA, que tem realizado atividades de formação em sociologia das emoções e de pesquisas com ênfase em emoções e sentimentos, adolescência, juventude, e sexualidades, estabeleceram parceria na promoção do presente GT, buscando estreitar a interlocução e a troca de experiência entre os seus pesquisadores, na perspectiva de constituição da Rede Interinstitucional, Interdisciplinar e Inter-setorial de Pesquisa e Extensão nas temáticas emoções, religiosidades e lazeres (LUZ, 2010).

A presente proposta intenta propiciar debates e reflexões antropológicas em torno dessas temáticas, as quais têm contribuído fortemente para se pensar os conceitos de “saúde” e de “doença” na sociedade contemporânea (Ver LAPLANTINE, F. 2004). Bem como sobre as maneiras de se lidar com as emoções e sentimentos de sofrimento e excitação (HOCHSCHILD, 1979, ELIAS, 2001). O termo Emoções é aqui compreendido como “uma categoria de entendimento capaz de apreender a noção de humano e de sociedade como um todo” (Ver KOURY, TORRES, 2009). Intentamos refletir sobre emoções “nas inter-relações sempre tensas entre indivíduo social e sociedade”, para conciliar os seus estados interiores com os ditames sociais e os códigos culturais sobre o sentir (HOCHSCHILD, 1979), considerando que o crescimento acelerado de terapias neoesotéricas e de cuidados paliativos e de busca de lazeres na sociedade brasileira, são maneiras de enfrentamento do sofrimento e de busca da saúde que permitem relacionar self e sociedade. A problemática da subjetividade e das emoções, a relação sujeito-objeto, terapeuta-fruidor, enquanto trocas marcadas por códigos culturais que definem e emoções.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Resenha do texto:

MAUSS, Marcel. A expressão Obrigatória dos Sentimentos. (1921) cap. 4.

    O capítulo analisa os ritos orais funerários de sociedades dadas como primitivas, encontradas na região do Rio Tully, Austrália. A partir da análise dos cantos funerários, Mauss objetiva demonstrar, para fins de generalidade sobre as manifestações sentimentais entre os primitivos, que há um emprego obrigatório e moral que sanciona a expressão de sentimentos de modo que os ânimos individuais (fisiologicamente e psicologicamente) referidos à ocasião do luto, no caso, tenham sua expressividade coordenada por dispositivos sociais (entendidos como exteriorização ao individual), determinada pelo caráter público da cerimônia, cuja funcionalidade responderia ao reforço dos laços de coesão. Portanto, os sentimentos não são, ou não são apenas, vividos de forma espontânea, mas construídos na interação social.
    Como dados para sua formulação, Mauss traz descrições acerca dos elementos orais que constituem o ritual – gritos, berros, voceros cantados, sessões espíritas e conversas com o morto – indicativas de que os sentimentos e ideias ali expressos são experiências coletivas demonstrativas da intensidade e densidade de interação do grupo. O autor ainda menciona outros trabalhos etnográficos que servem para precisar o caráter prefixado que arrola as designações e respectivas atitudes da expressão pública de sentimentos, a exemplo do regramento da duração do tempo de luto, da incumbência de agentes específicos (mulheres) como portadores do luto, estabelecendo quem e  por quanto tempo há de se chorar, cantar e gritar.  
    Nas últimas páginas do capítulo, Mauss sintetiza sua tese. Sua síntese propõe, então, duas assertivas elementares para a sua formulação: a interação entre as dimensões morais (contingência social) e “instintivas” (quando alude à associação do natural ao violento, à dimensão desregrada da conduta) produz o espaço no qual os sentimentos são expressos e, segundo, não há uma relação do conteúdo moral sobre a expressão de exclusão para com os sentimentos, mas estes, quando vivenciados em situação de interação, precisam ser revestidos por formas compartilhadas de expressividade, precisam ser convertidos em linguagem.
 
Por Taís Vidal
(Membro do grupo de pesquisa Cultura, Sociabilidades e Sensibilidades Urbanas - CRH/FFCH/UFBA).           
Gente querida,

este é o primeiro informe sobre o Venturas 2013:
Em seu segundo ano de realização, o Seminário Venturas e Males da Alma acontecerá nos dias 30 e 31/05, no auditório do CRH/UFBA – Campus de São Lázaro, Salvador-BA, reunindo estudiosos de diferentes instituições e áreas de conhecimento, com o objetivo de promover a reflexão e o debate sobre os Sofrimentos da Juventude Brasileira. O tema abordará a complexidade das questões e sofrimentos envolvidos na transição para a vida adulta e na afirmação da identidade pessoal e social dos jovens.

Todos estão convidados a participar.

Em breve, maiores informações.